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Quando Verdejar 

“ A obra “Quando Verdejar”, que é autobiográfico, tem uma relação direta com a vida. A artista apresenta um processo de criação onde matéria e memória se confundem. Fazem parte da sua obra 50 cadernos, 1095 desenhos de flores. Envolvida por um sentimento de perda, ela segue com o desejo de atravessar lembranças, construindo 1095 potes de gesso que abrigam 1095 flores de hibisco.” ( Resumo do artigo de Sonia Assis e Rosvita Kolb para a Revista Estúdio, Artistas sobre outras Obras Vol4(7) PP 146-151
Consiste em dois momentos, um conjunto de instalações formados pelos trabalhos, Transposição, Transmutação e Quando Verdejar e em segundo momento objetos, coleções pessoais, desenhos e pinturas.
Coletei 1095 flores de Hibisco guardando-as dentro de 50 cadernos, cada uma em uma página. As flores permanecem dentro dos cadernos por volta de 3 dias. Ao serem retiradas, a essência é transposta ao papel deixando uma mancha provocada pelo mofo. As flores são retiradas e passa ao segundo processo que é desenhar uma a uma, em pequenos pedaços de papel 4x4cm, formando um grande painel.
Em último processo as flores são depositadas dentro de 1095 potes de gesso, 6x9cm cada, formando grande instalação. O trabalho é autobiográfico visando eternizar momentos, que mesmo deixando de estarem presentes, permanecem vivas em nossas memórias, são expostos como uma gaveta, memórias vivas.

As Donas da Terra

 As Donas da Terra é um projeto que visa valorizar, discutir a visibilidade das mulheres e seus direitos na sociedade, pensar o lugar da mulher na arte e sua inserção no mercado da arte. Criando imagens surreais, zoomórficas, discuto a identidade feminina e os modos como são vistas as mulheres para alem de sua sexualidade, criando imagens que abordem a relação com o sagrado feminino e as potencias da criação.

 Entendo por feminino também a força germinadora da terra que o que se planta gera frutos e como o humano tem tratado sua flora e fauna em todo o globo terrestre. Como nossas sociedades estão cuidando das plantas? Quais cuidados que as indústrias estão tendo para com a flora mundial compreendendo a importância da natureza para a subsistência humana, bem estar e melhores condições de vida para gerações futuras? Como as sociedades tem estabelecido a inserção das mulheres garantindo a elas melhores condições de emprego e vida, leis que garantem seus direitos e possibilidades de crescimento? As formas de tratamento para mulheres de países emergentes são as mesmas que mulheres de países desenvolvidos economicamente?

Criando eixos de pesquisa , faço uso da pergunta dispositivo a cada mulher que conheço “qual planta você é?  Essa pergunta propõe a afirmação de identidades. Quais as características que determinada planta possui, que se identificam com as de uma mulher suíça, brasileira, africana?

Corpo é morada, abrigo da alma, roupagem. Qual impacto de uma imagem no dia a dia de nossas sociedades? Como tem sido tratada a identidade feminina nas grandes mídias? Qual a verdadeira imagem da mulher brasileira? Existem oportunidades para a mulher no mercado da arte internacional, sobretudo para as mulheres negras e latino americanas?

Sendo uma mulher latino americana brasileira, reflito sobre como somos vistas dentro e fora de nosso país. A forma como a mulher brasileira é vista no exterior, não transmite o que verdadeiramente somos. Mulheres trabalhadoras, de lutas diárias, inteligentes, talentosas, criativas, universitárias, doutoras, mestras, benzedeiras, parteiras, avós, mães, filhas, irmãs, esposas. A mulher brasileira é conhecida por ser bela em seus traços, boa no samba e um bom partido para relações sexuais. Entendo que este contexto nos desvaloriza gerando um estereótipo de relações machistas patriarcais. Essa imagem não nos contempla, distancia da realidade vivenciada em terras brasileiras aonde se encontram mulheres, sim belas, mas amorosas no cuidar de si mesmas e do outro, eficientes e fortes diante de injustiças. Sobretudo as mulheres negras invisibilizadas que são a base da sociedade brasileira e sofrem mais por não ter seus direitos assegurados por leis que as defendam.

Coleto Sonhos 

Coleto Sonhos é um trabalho que visa coletar sonhos de vida de pessoas desconhecidas em praças, ruas, eventos parques, trocando cada sonho por um Doce Sonhos. Cada doce é acrescido de uma frase chave de um sonho coletado de outra pessoa. Coleto Sonhos é esperança de que sonhos realizados ou não de pessoas possam ser realizados pelas instancias da arte, criando imagens poéticas e possibilidades de concretização dos anseios humanos. 

Esse trabalho ja foi realizado em praças e parques. Participou da Bienal do Recôncavo Baiano (2012) e Noturno nos Museus - Museus Abílio Barreto (2014)

CRISÁLIDAS

Crisálidas é um site specific Crisálidas, que foi realizado no quarto da artista Scheilla SSol no ano de 2014. Se constituiu de desenhos, foto performances, objetos máscaras. Instalações com pedras sementes, velas, plantas, sal grosso. Em um dos armários havia uma gaveta com frases que diziam O que ja não me lembro mais, e papeis em branco para o publico participante escrever sua frase.  A apresentação do vídeo performance Criálidas, que se repetia dentro do armário da artista acompanhado de um mantra tibetano em loop. O trabalho foi apresentado no contexto familiar da artista, agregando valor ao trabalho sua própria casa. O trabalho foi visitado uma pessoa por vez, trazendo oportunidade de estado reflexivo. O cardápio, baseado na alimentação ayurvédica, oferecido durante a abertura da exposição, fez parte do tratamento de desintoxicação físico, mental, espiritual vivenciada pela artista por 21 dias. Crisálidas é um compartilhamento da experiência vivida, um convite ao silencio e desmistura energéticas, a busca por nossa real identidade, durante o percurso do auto conhecimento. Crisálidas é o ultimo momento antes da lagarta se transformar em borboleta, dentro do casulo ela passa por autólise, autodigestão. A transformação não é contemplativa, mas sim árduo processo de auto renovação. 

Esse trabalho se apresenta como foto performance, instalação, objetos máscaras, desenhos sobre papel, performance e vídeo performance. 

O vídeo performance Crisálidas foi apresentado também no Evento Diversas, Casa Camelo, 2016. 

Ramos 

Ramos se apresenta por meio de performance, partituras de dança, máscaras e colagens. Reflete sobre as diásporas existentes que transformam nossos corpos, culturas. Ramos ao contrário se ler Somar, raízes espalhadas em todo o globo terrestre, caracterizando nações e indivíduos. Qual planta você é?  Quais os pontos de convergências entre nós? Quanto de nós, encontramos no outro? Quais são as plantas que encontramos em diversos locais?

O trabalho é pensado para se apresentar como Foto Performance, Instalação com objetos Máscaras, Performance, Colagens, Danças Partituras e Vídeo Performance. 

 

Este trabalho participou, como performance, do evento Corpas - Encontro de Performances de Mulheres Negras, Casa Bosque Campo Grande, RJ. 2018

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